domingo, 30 de outubro de 2016

O F-5F Tiger II na Força Aérea Brasileira

Este post é dedicado a uma das aeronaves quer mais gosto. Na verdade, dedico à variação que mais gosto de uma das aeronaves que mais admiro: o F-5F Tiger II, a versão biplace do venerável Tigre da Northrop.

A FAB recebeu inicialmente quatro dessas aeronaves no final dos anos 80. Em 1996 a aeronave 4809 sofreu um acidente que provocou a perda total da célula e ocasionou a morte do piloto.

Os quatro F-5F vieram pintados no cinza de superioridade aérea padrão da USAF (ADC Gray - FS 16473) e estavam baseados no 425th TFTS, em Williams AFB.

FAB 4809 ainda nos Estados Unidos, já "separado" em Williams para ser enviado ao Brasil. Os F-5F voaram com esta pintura por algum tempo antes de serem repintados. Notar a cabeça de tigre na parte móvel do estabilizador vertical do caça. (Foto: aircraftslides.com)
F-5F USAF 30074 que posteriormente se converteria no FAB 4807 ao chegar no Brasil em 1989.

Cor das aeronaves recebidas da USAF em 1989. O acabamento era brilhante,
representado pelo código "1" no padrão Federal Standard 595

O FAB 4807 também ainda nos Estados Unidos. Notar a ausência da cabeça de
tigre na parte móvel do estabilizador. (Foto: aircraftslides.com)

As quatro aeronaves foram enviadas para o 1º/14º Grupo de Aviação "Esquadrão Pampa" e lá permaneceram até serem modernizadas e posteriormente redistribuídas.

Após a modernização, realizada nas dependências da Embraer, em Gavião Peixoto, os F-5F da FAB receberam a designação F-5FM. Todas as aeronaves modernizadas passaram a adotar um novo padrão de pintura em verde e cinza, receberam um novo radar, novos assentos ejetáveis, sistemas modernos e uma sonda de reabastecimento.

FAB 4809 (provavelmente) voando no Brasil sem as marcas finais deste esquema. Notar que as marcações da USAF, presentes nas fotos anteriores, já foram retiradas, ficando apenas a marcação FAB 4809 no estabilizador. (Foto: FAB)

O F-5F 4806 voou com todas as marcas características dos Tigers de Canoas, com direito a código de cauda e marcações completas. Há fotos do 4806 tanto com os emblemas nas entradas de ar quanto sem os emblemas. Este padrão de pintura, sem os emblemas, foi utilizado por volta dos anos 2000.

Antes de 2006 o F-5F 4806 voou sem o código de cauda "CO" como os demais caças do Esquadrão Pampa.


FAB 4806 como visto em Abril de 2006. Esta aeronave levava a marcação de suporte da escada logo abaixo do canopy dianteio e apenas do lado esquerdo do F-5F. Note também o emblema comemorativo aos 100 anos do voo do 14Bis.


Ainda em 2006, em junho, o 4806 foi fotografado com diversas manchas em tinta Cromato de Zinco, utilizada como primer e base para a cor definitiva. Muito provavelmente esta aeronave estava sendo preparada para revisão e repintura. Neste link é possível ver uma foto desta aeronave com as manchas em amarelo.

Em julho de 2010 o "4806" foi transferido para o 1º Grupo de Aviação de Caça, baseado em Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro.


Nas duas fotos acima o 4806 é visto após o pouso em Anápolis
durante a Operação Sabre, em 2014. (Fotos: FAB) 

Em 05 de julho de 2016 o "Jambock 06" veio a sofrer um acidente na BASC durante um voo de treinamento do Curso de Formação de Instrutores.

O "curioso" deste incidente - em que os pilotos realizaram a ejeção sem ferimentos graves - foi que a aeronave continuou o voo e veio a aterrar em uma área de mato dentro da base em um pouso de barriga praticamente perfeito, escorregando pelo solo por aproximadamente 100 metros antes de parar.

F-5F 4806 como estava pintado em julho de 2016 quando sofreu
uma pane e veio a cair em Santa Cruz após a ejeção da tripulação.

"Jambock 06" após deslizar por aproximadamente 100 metros
dentro da área da BASC, no Rio de Janeiro. (Foto: FAB)

F-5F 4806 sendo retirado do local onde sofreu o
pouso forçado em julho de 2016. (Foto: FAB)

FAB 4807 em pintura cinza FS 36463 como visto entre final dos anos 90 e o ano 2000.
Notar o emblema do Esquadrão Pampa em baixa visibilidade, apenas com contornos em preto.

A partir de 2002 os códigos "CO" da cauda foram retirados, sendo cobertos com tinta na própria base de Canoas.
As aeronaves permaneceram sem as letras na cauda até serem enviadas para a Embraer para a modernização.

Em uma foto do "07" em voo, tirada em abril de 2004, é possível ver que a aeronave opera com o nariz preto.

Cinza utilizado nos F-5E e F que sucedeu às pinturas
provenientes da USAF. Esta cor tornou-se o padrão definitivo
que caracterizou as aeronaves de Canoas até o momento
da sua modernização, na primeira década dos anos 2000.


O exemplar abaixo foi recebido em 2007 pelo 1º/14º GAv. e foi o primeiro F-5FM da Força Aérea Brasileira. A aeronave foi entregue em março daquele ano sem as marcas características do Esquadrão Pampa (o emblema e as estrelas no topo da deriva).



A aeronave do perfil representa um "Fox Mike" já operacional como foi visto em fotos de outubro de 2007. (Este exemplar conta com o emblema do esquadrão apenas na lateral esquerda da aeronave como visto em diversas fotos entre 2007 e 2014)


Cores oficiais do padrão atual de pintura dos F-5FM da FAB


Há fotos do 4807 ainda em 2007 com os stêncils relativos aos sistemas de resgate da aeronave cobertos
com uma camada de tinta cinza, exatamente na lateral da fuselagem dianteira, entre os dois cockpits.

Lateral direita do FAB 4807 em foto de 2012. (Foto: Antonio R Biasus)

4807 em 2012. A aeronave aparentemente já está repintada ou retocada (difícil afirmar com exatidão), mas notem que há diferença entre as linhas de quando foi recebida, em 2017. As mesmas linhas, porém, diferem também do traçado da camuflagem se comparadas a fotos mais recentes, como a imagem de 2016 mais abaixo. (Foto: Antonio R Biasus)

Mais uma foto de 2012. (Foto: Antonio R Biasus)

F-5FM 4807 com a mesma pintura da foto acima, mas agora em uma imagem de 2014. (Foto: Antonio R Biasus)

Foto datada de 2014, com o "segundo traçado" visto no 07. (Foto: Antonio R Biasus)

Perfil do 4807 com o segundo traçado da camuflagem, visto e, fotos entre 2012 e 2014.

FAB 4807 com o padrão de pintura visto em junho de 2016. Notem que a aeronave já foi repintada
e teve as linhas da camuflagem alteradas em relação à pintura original mostrada nos perfis e fotos acima.
Notem também que o verde por baixo do emblema da entrada de ar foi mantido o da pintura anterior. (Foto: FAB)


Perfil da aeronave da foto acima, de 2016, pertencente ao 1º/14º Grupo de Aviação - Esquadrão Pampa.
Percebam que o número 07 do nariz foi aplicado um pouco mais para trás se comparado ao
local da aplicação original de quando a aeronave foi modernizada e recebida. Esta aeronave está agora (2017) voando nas cores do Esquadrão Jaguar.

Para facilitar a comparação entre as pinturas, seguem os perfis alinhados um abaixo do outro:



FAB 4808 no primeiro padrão de pintura, logo após o recebimento.
Notar as carenagens dos sistemas de RWR próximo ao radome e na parte traseira da aeronave.

Entre 1997 e 2000 o 4808 voou com este esquema de pintura.

F-5F 4808 ainda nas dependências da Embraer, em Gavião Peixoto, em 2003.
Este foi o demonstrador do programa F-5BR além de servir como aeronave de ensaio.
Notar as carenagens dos sistemas de RWR pintadas em preto. (Foto: Embraer)


FAB 4808 como visto em 2003, antes da entrega à FAB e durante aos ensaios de voo na Embraer.
Esta foi a primeira aeronave da FAB a ser modernizada.


Esta é pintura atual do 08 como visto em 24 de maio de 2016. Depois do 1º/14º GAv o 4808 voa agora nas cores do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), sediado na Base Aérea de Anápolis, em Goiás. As faixas com as estrelas do Esquadrão Pampa no topo da deriva foram substituídas pelo jaguar negro, símbolo da unidade, tornando assim os F-5EM/FM a terceira família de aeronaves supersônicas a voarem na unidade desde sua criação.

FAB 4809 do Esquadrão Pampa em pintura de 1991. Esta aeronave veio a se acidentar
na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, em 1/11/1996.

Há fotos dessa aeronave em seus últimos anos com o cone do radar
em preto, possivelmente de outra aeronave ou repintado.

Este artigo ainda está em produção. Em breve posto mais perfis.

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